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Como a crise na Ucrânia está impactando o supply chain?

Uma pesquisa realizada em janeiro deste ano pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), mencionada no portal da CNN, apontou que quatro entre dez empresas brasileiras, especialmente do setor industrial, ainda sentiam os impactos deixados pela pandemia do coronavírus.

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Bianca Andrade
Crise na Ucrânia

Esse fato influenciou diretamente o volume de produção pela falta de insumos, atingindo fortemente a fabricação de derivados de petróleo e veículos.

Cada acontecimento no mundo, por menor que pareça ser, como o encalhamento do navio Ever Given, no Canal de Suez, pode causar consequências para o supply chain e todo o comércio internacional. 

Entretanto, a pandemia de covid-19 não foi a primeira disrupção da cadeia de suprimentos. Dessa forma, a recente crise entre Rússia e Ucrânia, deixa claro que também não será a última.

Portanto, isso deixou os olhares das empresas brasileiras, especialmente as indústrias, ainda mais voltados para a política e economia externa. 

Pensando nisso, preparamos um post para você entender as seguintes questões:

  • Quais são os principais impactos na logística desencadeados pela guerra na Ucrânia;
  • Como eles podem atingir sua empresa;
  • Qual a melhor maneira de se precaver em momentos de insegurança mundial.

Ameaça às cadeias de suprimentos e economias globais

De acordo com a Forbes, somente os Estados Unidos e Europa têm cerca de 300.000 fornecedores russos e ucranianos, e os impactos da guerra serão sentidos também nos países que possuem negócios interconectados. 

Afinal, as tensões entre Rússia e Ucrânia, o conflito comercial entre China e EUA, e a pressão contínua nas cadeias de suprimentos vão causar desequilíbrio entre oferta e demanda, aumento da inflação e estagnação da economia. 

À vista disso, no mundo todo, a tendência é que ocorra um forte aumento nos preços dos alimentos e da energia. 

Inclusive, o aumento do preço do petróleo, que já subiu 20% desde o início da guerra, está muito mais relacionado com os impactos da crise na Ucrânia, do que com o aumento da inflação natural que acontece todos os anos.

Principais impactos causados pela guerra da Ucrânia na cadeia de suprimentos

Elevação dos custos de transporte

Com as sanções econômicas tomadas em resposta à guerra na Ucrânia, reduziu-se a disponibilidade do petróleo e, consequentemente, seu preço foi elevado. 

Isso ocorre porque a Rússia é um dos países que detêm destaque na produção do combustível, sendo responsável por uma parcela significativa do fornecimento em nível mundial.

Pode-se observar que aqui no Brasil, ainda estamos enfrentando o aumento dos preços na maioria das mercadorias. Por conta disso, a alta no preço dos combustíveis estabelece uma elevação nos valores dos produtos e serviços, como por exemplo, o frete. 

A logística de transporte brasileira é majoritariamente rodoviária. Dessa forma, é praticamente impossível não repassar ao cliente os valores excedentes.

Redução dos investimentos

Os investidores já estavam cautelosos e mais conservadores desde a Covid-19 e, com o conflito no leste europeu, ficaram mais inseguros.

“Será que vale a pena fazer um investimento agora?”. 

Esse questionamento pode envolver desde a construção de novos armazéns, aumento de equipe, até mesmo a aquisição de novas ferramentas e tecnologias, uma vez que não se sabe quais caminhos o conflito irá tomar. 

Nesse sentido, é natural que exista uma freada nos investimentos e também a busca por investimentos seguros e conservadores.

Em sua palestra na XXV Conferência Nacional de Logística (CNL), Jim Tompkins,  supply chain thought leader e CEO da Tompkins International, defendeu que, em cenários de disrupção, como a pandemia e agora a guerra da Ucrânia, é necessário que as empresas estejam abertas às novas ideias trazidas pela transformação digital. 

Segundo Tompkins, estamos vivendo um  “processo de reinvenção que todos precisam passar. O mundo está volátil, convivendo com muitas complexidades e incertezas, e não há espaço para que haja resistências para essas inovações”. 

O palestrante ressaltou, ainda, a importância da colaboração entre os agentes e reforçou: “quando você fala de aceleração digital, você fala de colaboração. E quando você fala de aceleração digital e colaboração, você está falando de logística com excelência”.

Aumento da inflação 

Combustível e alimentos estão entre os produtos mais afetados. 

Os preços do petróleo, dos fertilizantes e importantes grãos, como milho e trigo, aumentaram consideravelmente no mercado.

Desse modo, além de afetarem a cadeia de suprimentos de inúmeros setores industriais, também impactam o transporte, influenciando nos preços do frete.

Sabemos o quanto o custo do frete e tempo de entrega são fatores decisivos para a realização de uma compra, especialmente quando falamos de e-commerces e estratégias híbridas de venda (omnichannel).

Por isso, é importante avaliar a logística de frete e considerar a melhor forma de reduzir custos.

Assim, essa logística pode ser feita através da otimização de espaços no caminhão, organização do despacho por regiões ou verificação dos pontos de melhorias nos processos de rota de pedidos e entregas.

Como minha empresa deve agir em tempos de crise?

Antes de tudo, enquanto gestores logísticos e empreendedores, existe a oportunidade de tomar decisões que apoiem o bem comum. 

Diante desse momento difícil e instável, as cadeias de suprimentos têm a possibilidade de fazer a diferença para seus consumidores finais, a partir de alguns passos, como:

Reavaliar seus fornecedores:

Essa é a hora de alinhar os valores da sua empresa com os de seus fornecedores, levantando as seguintes questões em consideração:

  • Como ambos podem assegurar e prevenir possíveis problemas?
  • Existem planos de contingência? 
  • Quais as estratégias a curto, médio e longo prazo?
  • Contar com fornecedores seguros permite que sua empresa tenha estratégias sólidas e uma relação mais confiável com os parceiros?

Outra opção é a busca pela diversificação dos seus fornecedores. 

É provável que hoje você consiga ter empresas parceiras e fiéis. Porém, ter um plano B pode evitar que sua empresa interrompa a operação dentro da cadeia de suprimentos pela falta de insumos ou atrasos nos envios.

Regionalizar sua cadeia de suprimentos

Uma das tendências que vem ganhando força no mercado é a regionalização da cadeia de suprimentos. 

Impulsionada pela crise da Covid-19, a guerra na Ucrânia despertou esse assunto novamente.

Ou seja, muitas organizações estão considerando trazer para perto algumas de suas operações, seja para países, estados ou cidades mais próximas, onde ocorre a venda dos produtos. 

Segundo a pesquisa realizada em Julho de 2020 pela a Associação das Câmaras de Indústria e Comércio Alemãs (DIHK), 40% das empresas já contam com fornecedores novos e mais próximos.

Portanto, regionalizar cadeias de suprimentos pode evitar bruscas interrupções de operações, além de otimizar recursos e deixar os processos mais ágeis.

Investir estrategicamente:

Apesar do comportamento natural em momentos de crise, com cautela nos investimentos, é possível realizar ações inteligentes e estratégicas capazes de gerar melhor retorno financeiro, ainda em tempos inseguros. 

Assim, uma ótima aposta é contar com a tecnologia para otimizar processos e usar melhor os seus recursos. 

Dessa forma, uma vez que não é possível fugir da alta inflação, é possível encontrar novas formas de driblar e reduzir custos.

Gostou desse post? 

Conheça mais sobre os investimentos que você pode fazer para otimizar a logística de sua empresa, no nosso site.

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Bianca Andrade